quinta-feira, 27 de junho de 2013

(foto by mari romero - painel no aeroporto Afonso Pena - Curitiba)

Como saber o que é avesso e o que é certo?

e se o certo for o avesso? Seja que lado for o certo, sempre me sinto em algum momento do lado errado. Imagino que as pessoas que tomam atitudes mais drásticas contra si mesmas em algum momento sentem que essa inadequação vai além de suas forças (e não são poucas - 1 milhão a cada ano, segundo uma pesquisa amerina). Isso me faz lebrar da famosa  frase "olhando de perto, ninguém é normal" e se é assim e todos concordam com isso, por que tanta intolerância com os avessos? pense em um par de meias: uma do avesso e a outra não. continuam sendo um par, mas são aparentemente diferentes...  gosto de pensar nesses avessos que ao tornarem-se avessos do avesso, acabam formando pares perfeitos, porém, após um giro por outro ponto de vista. Quando passeamos por outros lados, acabamos nos tornando mais tolerantes, mais pacientes e mais compreensivos com tantos avessos cheios de cores e tantos "direitos" cheios de fiapos soltos... maturidade passa pos incursões e excursões por muitos lados... e isso nunca termina... nunca achamos o "lado certo"... sempre precisamos calçar as meias alheias seja de que lado estiverem... assim, quem sabe, conseguiremos entender um pouco mais de nós mesmos, ao compreendermos o outro...

(continua... )


terça-feira, 4 de junho de 2013


A dor da espera & o presente do presente
(16/8/11)

sempre fui muito ansiosa. O que me fez também ser “pró-ativa” na tentativa de encurtar os tempos para atingir os objetivos. Sem precisar esperar por alguém, se demorasse, a única responsável seria eu mesma – e normalmente a espera era bem curta.

Esse estilo de vida me levou à uma profissão que demanda esse poder de decisões claras, diretas e eficientes. Tudo corria bem, quando percebi que isso não me bastava. Era como se algo me esperasse. Algo que eu desconhecia. Uma sensação de urgência como se precisasse ir para algum lugar onde alguém me esperava. Mas... que lugar era esse? Quem me esperava? Tentando descobrir, percorri vários lugares, trabalhei em diferentes tarefas e conheci muitas pessoas. Por fim, desisti. Não um desistir do tipo “desertar” ou “jogar a toalha”, mas decidi entregar a espera ao “dono do tempo e de todas as coisas”. SE você é cristão, do tipo que tem uma enorme fé, deve estar pensando: finalmente! A decisão certa. E se você pensa que esse é o tal “final feliz”, engana-se, pois o “dono do tempo e de todas as coisas” sabia que eu estava aparentemente tranquila, mas interiormente continuava a mesma mandona de mim mesma e tinha outros planos. Ou seja, não foi um “desistir sincero”, mas foi mais uma “birra” bem ao estilo menininha mimada que quer algo e faz beicinho dizendo “nem queria mesmo!”

Hoje, depois de passar por dores, desamores e dissabores peço ao dono do tempo e de todas as coisas que seja bom comigo e que não permita mais que esse meu descompasso com o tempo se repita, afinal, desde sempre parece que sou a que chega cedo demais ou tarde demais... Chega. Quero viver agora e entregar todos os meus “agoras” ao que, segundo Santo Agostinho, é “o que vive no eterno-agora”, sem se deixar influenciar pelo que passou ou pelo que virá, pois tudo é “agora”. Porém, esse “agora” não tem mais a urgência e a afobação da gula ansiosa da imaturidade. É antes um degustar, apreciando cada segundo, cada sabor e cada odor, cada cor de cada fita desatada do laço desse momento presente, que, como sempre se fala por aí: o presente é mesmo um presente. Será que isso é possível? Mas isso já é tema pra uma próxima “conversa”...


... tempos depois... (4/6/13)
Relendo essa pequena crônica do cotidiano, escrita a tanto tempo, vejo que ainda estou em processo de aprendizagem, mas hoje vivo bem melhor que em 2011.
Aprendendo e gostando de viver em um gerúndio... mudando, ... 
melhor viver em um "gerúndi" que viver em um imperativo ditado pelo tempo que atropela e tira nesse atropelo o prazer da degustação do momento.

gostaria que mais pessoas desfrutassem do prazer de viver em um "gerúndio" e saíssem por aí, vivendo... aprendendo... amando... nesse presente contínuo

afinal, é essa a definição de "gerúndio"= presente contínuo (particularmente acho uma ótima definição pra vida)

e como diria Dory (em "procurando Nemo") "Continue a nadar"